Obi-Wan Kenobi é um dos personagens mais amados de Star Wars. Por conta disso, os fãs sempre pediram para que a Lucasfilm investisse em um projeto mostrando o que aconteceu com ele entre o Episódio III: A Vingança dos Sith e o Episódio IV: Uma Nova Esperança. Com o anúncio de uma série estrelada por Ewan McGregor, parecia que teríamos uma das obras mais bem-sucedidas da franquia, mas não foi o caso – apesar de um saldo positivo.
A produção havia me surpreendido positivamente já no episódio piloto, pois a trama não mostraria Kenobi observando Luke em Tatooine. Ao invés disso, o foco seria Leia (Vivien Lyra Blair), em uma aventura que, até então, não sabíamos que tinha existido. Embora repita a fórmula de The Mandalorian, onde um homem solitário precisa proteger uma criança, o projeto se sai bem ao desenvolver o laço entre os dois personagens.
Dessa vez, somos apresentados a um Obi-Wan mais velho e mais próximo fisicamente da versão de Alec Guinness. Após os eventos do Episódio III, ele não confia em ninguém e vive uma vida solitária – características ressaltadas pela atuação de McGregor, que domina a série. Ao seu lado, temos uma jovem princesa Leia que já apresenta traços de rebeldia e esperteza.
Já entre os vilões, além do arco da impulsiva Reva/Terceira Irmã (Moses Ingram), quem rouba a cena é Darth Vader (Hayden Christensen), até mesmo quando não está presente. Apesar de contido no início, há ótimas sequências de ação com o personagem e um grande foco no seu conflito com o antigo mestre.
Como já era esperado, a série usa bastante da nostalgia para agradar ao público, o que funciona na maior parte do tempo. Esse elemento está presente em detalhes escondidos nos episódios, assim como em conexões com as duas primeiras trilogias, já que a história se passa entre elas.
Com um ótimo início e um encerramento satisfatório, os problemas da produção estão presentes no seu desenvolvimento. O que mais me incomodou foram as soluções preguiçosas de roteiro, como a fuga do Episódio 4, que não tem como ser justificada em um projeto desse porte. Além disso, apesar de Leia estar em perigo na maior parte do tempo, ela não sofre nenhum risco real, mesmo quando capturada, diminuindo a urgência da missão. Infelizmente, também não é aqui que seremos apresentados a novos personagens marcantes da franquia. Mesmo com vários coadjuvantes, nenhum se destaca pelo carisma e não há nenhum esforço para que realmente nos importemos com eles.
Obi-Wan Kenobi pode não ter conseguido alcançar as altas expectativas, mas não significa que é uma série ruim. Há elementos para serem apreciados aqui, como o próprio reencontro de personagens tão queridos. Além disso, com uma continuação em aberto, é possível que vejamos mais de Ewan McGregor nessa nova fase de Star Wars.