Crítica | A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas

Escrito por: Gabriel Santos

em 02 de maio de 2021

Depois do sucesso de Homem-Aranha no Aranhaverso, a Sony Pictures Animation mais uma vez surpreendeu o público com um longa animado da dupla Phil Lord e Chris Miller, desta vez como produtores. Anunciado como Super Conectados, o projeto escrito e dirigido por Michael Rianda e Jeff Rowe foi vendido para a Netflix e renomeado para A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, um título que vende melhor a ideia. Na trama, uma família precisa resolver seus conflitos para salvar o mundo de um apocalipse robótico.

O projeto é uma grata surpresa ao catálogo da plataforma, já rendendo frutos da parceria entre o streaming e a Sony. A estreia de Rianda na direção de um longa tem como destaque o excelente texto, com um roteiro bem amarrado. Há um timing cômico preciso e ótimas ideias ao longo da trama, como o motivo da revolta das máquinas, fugindo de clichês do gênero.

Um dos principais méritos da trama é a construção dos membros da família Mitchell – que parecem pessoas reais – além das situações que passam juntos, separando um momento para cada um brilhar. É muito fácil se relacionar com os personagens, seus dilemas e conflitos, tornando a mensagem universal e o mais atual possível. Afinal, qual família nunca discutiu sobre o tempo que passa na frente do celular? Um ponto que ajuda nisso é a preocupação com os detalhes, presentes no cenário, no figurino ou nas constantes inserções que aparecem na tela.

O estilo da animação é muito criativo e único, chegando a lembrar o que foi feito em Homem-Aranha no Aranhaverso. Desta vez, ao invés de emular uma história em quadrinhos, aqui há grande foco na linguagem da internet, incluindo memes, filtros e stickers, com uma pegada caseira. Inclusive, também há uma mistura de animação 3D com 2D, onde sempre há muita coisa acontecendo na tela, chamando a atenção do público. São tantos detalhes que é preciso rever mais de uma vez para pegar todas as referências.

Mesmo que o destaque seja a comédia e a história seja contada com muita leveza, o longa também entrega excelentes sequências de ação. Conforme a trama avança, os eventos ficam cada vez mais grandiosos e épicos, dignos de um apocalipse causado pelas máquinas. Quando precisa, também há momentos intimistas e emocionantes, dando mais profundidade aos seus protagonistas.

A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é uma celebração à família. É impossível assistí-lo sem criar identificação com algum dos personagens. A obra traz uma mensagem bonita, um estilo criativo e uma identidade própria que cativa. O projeto entrega mais do que o esperado, tornando-se uma das melhores animações de 2021. Valeu a pena a espera.

Crítica | A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
A animação é uma celebração à família, trazendo ideias criativas, um timing cômico excelente e um estilo visual único.
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