Crítica | Benzinho

Escrito por: Pedro Henrique Figueira

em 23 de agosto de 2018

cinema nacional está crescendo cada vez mais e trazendo excelentes e diferentes obras. Longas como O Animal CordialCanastra Suja e Aos Teus Olhos são alguns exemplos que demonstram a nossa capacidade de trazer gêneros pouco explorados no país. E agora chega às telas o sensacional Benzinho, do diretor Gustavo Pizzi.

Na trama, Irene (Karine Teles) mora com o marido Klaus (Otávio Müller) e seus quatro filhos. Ela está terminando os estudos enquanto se desdobra para complementar a renda da casa e cuidar da família. Tudo muda quando Fernando (Konstantinos Sarris), seu primogênito, é convidado para jogar handebol na Alemanha, fazendo com que ela tenha que buscar forças para mandá-lo para o mundo.

Misturando drama com humorGustavo Pizzi (Riscado) mostra com veracidade a rotina de uma simples família. A história é tocante e conduzida perfeitamente. Uma das razões para tal conquista é porque Pizzi também escreveu o roteiro junto de Karine Teles, com quem era casado. Além disso, eles colocaram Arthur e Francisco Teles Pizzi – seus dois filhos – e o primo Luan Teles no filme.

Esse clima familiar nos bastidores traz um resultado incrível em tela, criando uma identificação com o público. Por esse motivo, algumas das melhores cenas são com os quatro irmãos. Não só pelo talento de todos, inclusive do ator Konstantinos Sarris, mas porque essas sequências se tornam bastante naturais e condizentes com a proposta do roteiro.

O entrosamento entre todos atores é nítido e mostra o quanto esse projeto é especial. Um elenco incrível onde cada personagem possui o seu momento. Porém, o ponto central é a protagonista Irene, que está vivendo a “síndrome do ninho vazio” ao mesmo tempo que tem de cuidar da família. Uma mãe real, que é cheia de amor e carinho mas que também demonstra cansaço e preocupação. E ela funciona graças ao talento de Karine Teles.

A atriz, conhecida por Que Horas Ela Volta?, traz uma performance incrível com olhares que dizem tudo que Irene está sentindo. Em uma de suas melhores cenas, Teles consegue ir da alegria ao desespero em segundos, mexendo com várias emoções do espectador. Não é por acaso que a câmera traz muitos ângulos fechados no rosto dela, ajudando ainda mais a entendê-la. E além de atuar e coroteirizar, ela também produziu e compôs uma canção original para o longa.

O que acontece ao redor de Irene também constrói o seu caos emocional. Por exemplo a personagem Sônia, vivida por Adriana Esteves. Ela é irmã da protagonista e sua subtrama de uma mãe que sofre violência doméstica é inserida de forma sutil, mas bem trabalhada pelo roteiro. E Adriana está ótima no papel, trazendo momentos doces ao lado de Teles.

Os aspectos técnicos também merecem destaque: a montagem é bem executada e conduz perfeitamente a trama; uma bela fotografia ressalta as cores do universo em que os personagens vivem; e a mixagem de som, que possui um papel fundamental nas cenas, harmoniza e transmite todas as emoções para o público.

Benzinho é uma obra universal e que atinge em cheio o coração de toda a família. Aplaudido e elogiado em festivais, ele merece ser assistido por todos que queiram conferir uma história humana e original sobre amor e maternidade. Simplesmente comovente do começo ao fim.

Crítica | Benzinho
Benzinho é um longa tocante e que promete atingir em cheio o coração de toda a família. Um excelente trabalho de Gustavo Pizzi, que mostra que o cinema nacional tem capacidade de explorar diferentes gêneros. Destaques para o desempenho de todo o elenco e a incrível performance de Karine Teles.
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