Crítica | Cells at Work! – 2ª Temporada

Escrito por: Gabriel Santos

em 04 de março de 2021

Em 2018, com o lançamento da adaptação para anime de Cells at Work, a obra de Akane Shimizu ganhou mais popularidade e surpreendeu muita gente positivamente. Afinal, não é todo dia que lança um anime protagonizado por células e ambientado dentro de um corpo humano. Em janeiro de 2021, a animação ganhou uma nova temporada e o spin-off Cells at Work! Code Black. Sem o fator da novidade, será que o anime continuou se saindo bem?

Um dos pontos que chama atenção nessa temporada é a pouca quantidade de episódios. Enquanto estamos acostumados com animes que duram por volta de 12 capítulos, oito é um número bem incomum. O mangá chegou ao fim este ano, porém a série animada não adaptou o último volume, que conta com um arco abordando o COVID-19. É uma pena ficar sem essa conclusão, pelo menos por enquanto, mas o anime não decepcionou.

Pela primeira vez podemos comparar a obra original com seu spin-off no formato de animação, e isso deixou claro que, enquanto Code Black possui uma visão sombria e violenta, aqui temos uma abordagem mais otimista e fofa. É ótimo que exista essa diferença, mostrando que o derivado não é mais do mesmo e cada um possui sua própria identidade.

Os episódios dessa temporada nos deram a chance de revisitar personagens já conhecidos em novas situações, como a Célula de Memória e a Mastócito, assim como apresentar novos, mostrando uma maior variedade de personalidades entre as células do corpo. Por exemplo, enquanto antes tínhamos apenas a plaqueta líder, desta vez surge a Boné Invertido com suas próprias falhas e motivações. Um dos destaques é a célula comum que praticamente se tornou a protagonista da série durante seu arco envolvendo bactérias, a grande novidade e o foco da temporada. Por outro lado, também tivemos, pela primeira vez, episódios divididos em duas histórias diferentes. Assim, conferimos uma maior diversidade de tramas, mas ao mesmo tempo contamos com narrativas mais simplórias e com rápidas resoluções.

O grande trunfo do segundo ano do anime foi apostar em um arco contínuo a partir do episódio quatro, culminando com o ressurgimento da Célula Cancerígena. Aqui sim o anime ganhou a cara de um shounen e vimos os personagens agirem como heróis e vilões de uma obra do gênero, com direito até a golpes especiais, sempre com um pé na ciência.

Em resumo, a segunda temporada de Cells at Work! supera a anterior, entrando de cabeça na proposta de ser um anime de ação. É uma pena que tenha poucos episódios e nem adapte o arco do COVID-19, mas ainda há muito para ser apreciado. É um trabalho admirável fazer com que células demonstrem sentimentos, criem empatia com o público e entreguem batalhas dramáticas e intensas, no mesmo nível de outras obras do gênero.

Crítica | Cells at Work! – 2ª Temporada
É uma pena que o novo ano tenha apenas oito episódios e não adapte o arco mais esperado da obra, mas ainda tivemos a chance de conhecer novos personagens e conferir batalhas intensas.
3.5

Compartilhe!