Crítica | Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível

Escrito por: Pedro Henrique Figueira

em 17 de agosto de 2018

Criado por Alan Alexander MilneWinnie the Pooh (nome em inglês do Ursinho Pooh) teve a sua primeira publicação em 1926, no Reino Unido. O nome “Pooh” veio do ursinho de pelúcia do filho de Milne, que era muito apegado ao brinquedo. Só em 1961 que a Disney comprou os direitos do personagem. E agora, mais de 50 anos depois, chega aos cinemas Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível – o live-action do ursinho e seus amigos.

Nesse longa, o Christopher Robin (Ewan McGregor) cresceu e se tornou um homem de negócios, deixando de ser aquele menino que vivia aventuras ao lado de Pooh e os outros amigos animais. Preocupado em como está vivendo, o ursinho vai visitá-lo no mundo real e ajudar Christopher a lembrar da diversão e felicidade que um dia teve.

Para quem já conhece os personagens, é claro que assistir ao filme dá uma boa sensação de nostalgia. Porém, quem não estiver familiarizado rapidamente é inserido dentro daquele universo, através de uma narração bem didática e uma linda sequência que mostra a personalidade de cada um deles. Apesar de muitas vezes dizer o que está em tela, essa narração é um recurso que funciona dentro do roteiro.

design 3D dos personagens é um grande ponto positivo, conseguindo destacar todas as expressões de Leitão, Ió, Tigrão e os outros. Além disso, decidiram deixá-los com um aspecto de desgaste, mostrando que o tempo passou para eles. Isso ajuda bastante na proposta e mesmo assim todos continuam carismáticos e divertidos. Principalmente Pooh, que encanta com a sua ingenuidade e filosofia “óbvia” sobre as coisas.

O filme se destaca bastante na parte visual. Com algumas nítidas referências a outros filmes da Disney, o Bosque dos 100 Acres é recriado de uma forma bem rica, deixando o ar de algo mágico e lúdico e contrastando bem com as cores sóbrias e sem vida de Londres. O protagonista perdeu a alma de criança e toda a cinematografia ajuda na compreensão do que ele está passando. E Ewan McGregor está ótimo, conseguindo interpretar bem o cansaço e a alegria do personagem.

O que incomoda nesse live-action são partes do roteiro. Sem muita originalidade, a história se apega pela emoção, principalmente na relação entre Christopher e Pooh. E nisso todo o longa acerta muito, porém alguns pontos incomodam um pouco. O Winslow (Mark Gatiss), que funciona como um vilão, é extremamente caricato não só pela interpretação do ator, mas também pelo papel em si. Outro ponto negativo é o ritmo do segundo ato, que deixa a narrativa mais lenta do que deveria.

A grande sacada é a bela lição que aprendemos. O crescimento é inevitável, mas a criança interior pode estar ali em algum lugar, principalmente com a família e amigos. A mensagem de Pooh não é só emocionante, mas também bastante verdadeira, principalmente no divertido último ato.

Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível é um resgate da infância e uma ótima adaptação dos icônicos personagens do Bosque dos 100 Acres. Mais um acerto da empresa do Mickey em trazer live-actions de suas inesquecíveis histórias.

Crítica | Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível
Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível tem alguns problemas em seu roteiro, mas acerta bastante na emoção e na diversão de seus personagens. Ewan McGregor está ótimo no papel. Com certeza o filme é mais um bom live-action da empresa do Mickey.
3.5

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