Crítica | Fate/Apocrypha

Escrito por: Gabriel Santos

em 09 de dezembro de 2017

Talvez você ainda não tenha percebido, mas a Netflix está investindo pesado em animes. Um dos exemplos mais recentes é a aquisição de Fate/Apocrypha, que ainda está sendo exibido no Japão, mas já chegou no serviço de streaming. Este não é o primeiro nem o último exemplo disso, já que o mesmo aconteceu com Little Witch Academia e 2018 está com outros títulos confirmados.

Mesmo que só esteja disponível a primeira temporada por enquanto, acho interessante escrever uma crítica agora, pela importância desse anime para o mercado e as mudanças que ele propõe. Além de sempre ser legal indicar animes dublados em português.

A história da série Fate gira em torno da guerra pelo Santo Graal, que tem o poder de realizar um desejo. Servos e mestres ligados por uma espécie de contrato lutam entre si até que o sobrevivente possa fazer seu pedido. Se você já ouviu falar em outras temporadas da série Fate e está se perguntando se é preciso acompanhar as outras para entender essa, não precisa se preocupar, pois Fate/Apocrypha se passa em uma realidade alternativa, onde os outros eventos não aconteceram. Isso resulta, inclusive, em novas regras para a Guerra do Santo Graal.

Para começar, ao invés de uma guerra estilo “cada um por si”, temos a divisão de dois grupos: o vermelho e o preto. Dessa forma, o confronto passa a se parecer mais com um jogo de Xadrez, até porque cada servo conta com uma classe. Além disso, foi acrescentada à disputa uma nova classe, chamada Ruler, que funciona como uma espécie de juiz, impedindo que alguém trapaceie.

Mesmo que exista uma personagem só para evitar isso, é claro que ainda existem formas de trapacear na disputa. Por exemplo, é comum ter personagens que trocam de lado, deixando a história mais interessante, pois nunca sabemos exatamente em quem confiar. Isso sem falar em outras questões que envolvem spoilers, então é melhor deixar pra lá.

Por se tratar de uma guerra com muitas mortes, também temos o elemento “Game of Thrones” aqui, onde o personagem que você ama pode morrer a qualquer momento. Além disso, o anime tenta humanizar os dois lados a todo momento, sendo interessante acompanhar as interações entre vilões e mocinhos, se é que estas definições realmente podem ser aplicadas.

A partir das novas regras, passamos a ter o dobro de personagens, mas com o mesmo número de episódios. A solução encontrada para introduzi-los foi separar um capítulo só para apresentar todos eles. O anime consegue destacar cada um, pelo menos dando a oportunidade de mostrar suas habilidades e conhecer o passado deles. Na maior parte dos casos, é a partir disso que entendemos também sua personalidade. Mesmo com o desafio de criar tantos novos servos e mestres, todos contam com características bem distintas, inclusive no visual.

A diversidade de servos e mestres também afeta as batalhas em si, criando novas dinâmicas e explorando novas estratégias. Por exemplo, temos personagens que se destacam pelo combate corpo a corpo, ataques a distância, ou com maior resistência. Também vale destacar a presença de personalidades históricas que foram adaptados para a trama, como Joana D’Arc, Aquiles, Jack – O Estripador e Shakespeare.

Mesmo que dessa vez não tenhamos o visual do estúdio Ufotable, o A-1 Pictures realiza um bom trabalho, que fica evidente nos confrontos. As lutas são energéticas, empolgantes e com uma animação fluida. É possível perceber a ameaça dos golpes, sua grandiosidade e impacto.

Infelizmente, o mesmo não pode ser dito da qualidade do som, que apresenta um áudio “estourado” sempre que ouvimos uma grande explosão ou algo do tipo. Não é possível saber se essa opção foi proposital ou não, mas definitivamente não foi uma boa escolha. A princípio, achei que o problema fosse meu fone de ouvido, mas depois percebi que muitos fãs também estavam reclamando nas redes sociais. Não acredito que esta seja a melhor forma para representar sons graves e potentes, pois existem outras maneiras de reproduzir um som alto sem recorrer a distorções.

É praticamente impossível falar sobre Fate/Apocrypha sem dar algum tipo de spoiler sobre a trama, já que muitas surpresas acontecem. Se você já acompanhou alguma outra temporada da série Fate ou se interessa por essa temática estilo Battle Royale, vale a pena assistir. Mesmo não sendo o melhor Fate lançado até então, este se destaca pelos novos elementos, assim como a introdução de novos personagens, que conquistam o público pelo carisma.

Crítica | Fate/Apocrypha
Mesmo não sendo minha temporada preferida, vale a pena acompanhar a nova temporada por explorar outros personagens e introduzir novos elementos para a série.
3.5

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