Crítica | Gringo – Vivo ou Morto

Escrito por: Pedro Henrique Figueira

em 04 de maio de 2018

Empresas que manipulam seus funcionários e tráfico de drogas não são assuntos originais no cinema. Mas se o diretor souber trabalhá-los bem, pode trazer uma trama interessante e que agrada quem assiste. Infelizmente isso não acontece com Gringo – Vivo ou Morto, filme dirigido por Nash Edgerton.

A história acompanha Harold Soyinka (David Oyelowo), um representante de uma indústria farmacêutica. Ele é enviado ao México para uma negociação, mas não imaginava que ficaria à mercê de seus colegas de trabalho e envolvido com traficantes locais. Transformando-se de cidadão de bem em criminoso procurado, Harold terá que fazer de tudo para sobreviver à situações cada vez mais perigosas.

Com uma premissa interessante, o filme tinha tudo para dar certo. A mistura de comédia, ação e intrigas poderia render algo bem divertido. Porém, o roteiro não consegue decidir qual história quer realmente contar, deixando o espectador confuso e desinteressado sobre qual rumo a trama vai levá-lo.

Várias situações acontecem com Harold, gerando algumas cenas cômicas e boas piadas. Ele se envolve com muito personagens, e é aí que surge um dos grandes problemas. A quantidade de personagens é completamente desnecessária, principalmente quando alguns deles simplesmente não tem função nenhuma dentro da narrativa – Sunny, personagem de Amanda Seyfried, é totalmente descartável.

A falta de equilíbrio do tom, aliada ao ritmo lento, também é algo que incomoda. A história demora a se desenvolver e trazer sua resolução final, criando cenas repetitivas e questões que em nada acrescentam. A direção de Edgerton se mostra ineficaz, criando um filme pouco original.

O grande ponto forte do longa fica por conta de seu elenco estelar. No quesito atuações é visível o talento de David Oyelowo para a comédia. Cheio de expressões e trejeitos, o ator dá ao personagem toda a insegurança e carisma que faz o público torcer para que tudo dê certo para ele no final. Charlize Theron mais uma vez demonstra ser uma excelente atriz, que consegue se encaixar em qualquer papel. E Sharlto Copley também está bem interpretando o personagem Mitch.

Gringo – Vivo ou Morto (péssimo subtítulo aqui no Brasil) poderia ter sido uma ótima comédia de ação, mas derrapa em um roteiro bagunçado, que prejudica a experiência do público. O resultado final é morno, tornando-se um filme esquecível.

Crítica | Gringo – Vivo ou Morto
Apesar do elenco estelar – destaque para David Oyelowo e Charlize Theron – e da interessante premissa, o filme derrapa no tom e em construir um bom roteiro que consiga prender a atenção do público.
2.5

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