Crítica | Logan

Escrito por: Gabriel Santos

em 03 de março de 2017

Depois de tanto tempo com o hype nas alturas, finalmente chegou o momento do grande público assistir o filme mais esperado de Wolverine nos cinemas. Mas para aqueles que esperavam ver uma produção do herói, não é exatamente isso que é entregue nas telonas. É importante deixar claro que o título Logan não está lá por acaso.

Toda história é centrada em um homem velho e cansado, que sofreu muitas perdas no passado, e agora tenta levar a vida como pode. Percebemos o quanto o tempo afetou o personagem pela sua forma de caminhar, sua impaciência ou o simples fato de precisar usar óculos de leitura. A atuação de Hugh Jackman deixa notável que o Wolverine que conhecemos não está mais na sua forma, e agora tem que lidar com questões que não envolvem salvar o mundo como um super-herói, deixando transparecer seu lado humano e nos ligar intimamente a ele.

Outro que também se encontra debilitado é Charles Xavier que, aos seus noventa anos, se torna um perigo por não controlar tão bem os seus poderes. Ao mesmo tempo que Logan precisa cuidar do professor devido a sua condição física, em contrapartida, o personagem de Patrick Stewart o ajuda através de conselhos e a tomar decisões. A amizade entre os dois é explorada no filme de uma forma muito bonita, relembrando a relação entre aluno e professor.

Quem rouba a cena é a mutante Laura, que recebe o codinome X-23. A atriz Dafne Keen começa agindo como um animal selvagem, que é “domesticado” aos poucos por Logan durante o filme. Ela consegue emocionar quando precisa e ainda protagoniza cenas de ação eletrizantes, tão brutais quanto às do próprio Wolverine.

Falando nisso, a violência do filme faz jus a sua classificação indicativa, surpreendendo quem esperava encontrar algo no mesmo nível das produções do gênero. É a primeira vez que vemos o verdadeiro potencial das garras de adamantium, incluindo decapitações e desmembramentos. Mas em meio a tanta carnificina, a produção ainda se preocupa em aproximar os personagens como uma família, através de momentos íntimos, acolhedores e até mesmo banais. Essas horas demonstram que, mesmo sendo mutantes super-poderosos e perigosos, eles ainda têm humanidade dentro de si.

Logan termina a saga do herói à altura que ele merece, passando uma mensagem sobre as consequências que os atos podem gerar, e dos valores que é preciso passar adiante para as futuras gerações. É um filme que emociona, diverte, mas não foge do seu objetivo: levar a verdadeira essência do personagem ao cinema.

Crítica | Logan
Logan consegue finalmente acertar o tom dos filmes do herói, dando um belíssimo final para a trilogia. Seus personagens passam muito sentimento, que também é visto nas cenas de ação, incrivelmente violentas e explícitas, como um filme do Wolverine deve ser.
5

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