Crítica | Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte 1

Escrito por: Gabriel Santos

em 14 de julho de 2023

Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1 marca o início do fim da icônica franquia de espionagem que começou em 1996. Nesta primeira parte do seu encerramento, somos apresentados a um filme repleto de ação intensa. É gratificante finalmente ver o longa chegando aos cinemas, considerando que sua produção passou por inúmeros desafios, incluindo filmagens durante a pandemia. Com custos estimados em quase US$ 300 milhões, o desafio financeiro para recuperar esse investimento se torna ainda mais notável considerando a concorrência, que inclui Barbie e Oppenheimer (este último disputando as salas IMAX). É uma aposta ousada da Paramount, mas que esperamos ser recompensada pelo público.

Uma das características marcantes do filme é a dedicação de Tom Cruise, que mais uma vez prova seu compromisso com a autenticidade e entrega cenas de tirar o fôlego. Sua atuação arrojada e destemida fica evidente, especialmente nas cenas em que o ator dispensa o uso de dublês. O fato de sabermos que ele realmente está ali fisicamente adiciona uma dose extra de emoção e imersão à narrativa. Além disso, é admirável ver o protagonista, Ethan Hunt, enfrentando constantes dilemas pessoais e tomando decisões difíceis ao longo da trama. Ele se desafia constantemente, provando ser um dos melhores agentes secretos do cinema.

Aqui, intensidade é a palavra-chave. Desde o início até o final, somos presenteados com sequências de ação arriscadas e ambiciosas. É um verdadeiro espetáculo visual, complementado pela trilha sonora marcante que se tornou uma assinatura da franquia. A estética e o charme característicos da série também são preservados, mesclando humor, adrenalina e elementos de espionagem, desde dispositivos tecnológicos até disfarces convincentes.

Uma das grandes sacadas do filme é a maneira como a inteligência artificial é abordada, incluindo o poder que ela representa e a forma que cada país ou indivíduo poderia usá-la. A “Entidade” é um inimigo desafiador e assustador para o protagonista, presente em todos os lugares e em lugar nenhum ao mesmo tempo, com conhecimento detalhado sobre os personagens principais. Embora não vejamos todo o seu potencial em ação, fica a expectativa de como ele será explorado na sequência.

Hayley Atwell é uma excelente adição ao elenco, encaixando-se perfeitamente na dinâmica da franquia. Sua personagem traz um frescor e habilidades únicas à equipe, além da atriz contar com muito carisma e química com Tom Cruise. Também gostei da forma como Luther (Ving Rhames) e Benji (Simon Pegg) são incorporados na trama. Infelizmente, sem entrar em spoilers, o mesmo não pode ser dito sobre outros personagens do longa, que acabam deixando a desejar em questão de desenvolvimento ou sendo reduzidos a um mero dispositivo motivador para o protagonista.

Embora Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte 1 apresente uma trama empolgante e repleta de ação, o filme acaba se complicando em certos momentos devido ao número excessivo de personagens e subtramas. Em algumas cenas, há uma sobrecarga de informações e eventos ocorrendo simultaneamente, o que pode desafiar a compreensão da trama principal por parte do público. No entanto, é importante ressaltar que essa complexidade também contribui para um ritmo acelerado, mantendo o interesse do espectador ao longo da projeção.

Se Tom Cruise “salvou” o cinema em 2022 com Top Gun: Maverick, ele tem a chance de repetir o feito em 2023 com Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1, que está entre os melhores do gênero deste ano. Mais uma vez, ele traz uma produção da mais alta qualidade, que merece ser visto na maior tela possível. A franquia continua mostrando sua força e seu apelo, cativando os fãs de longa data e conquistando novos admiradores.

Crítica | Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte 1
Missão: Impossível - Acerto de Contas - Parte 1 é uma intensa adição à icônica franquia de espionagem, com Tom Cruise entregando uma atuação arrojada e cenas de tirar o fôlego, embora a trama seja complicada em alguns momentos devido ao excesso de personagens e subtramas.
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