Crítica | Paris 8

Escrito por: Pedro Henrique Figueira

em 15 de maio de 2018

juventude é uma das fases mais complicadas e intensas. Acontece praticamente todo tipo de sentimento ou emoção que o indivíduo passará, gerando diferentes reações em cada um. O drama Paris 8 aborda esse tema com delicadeza, ao mesmo tempo que traz questionamentos que permeiam esse difícil momento da vida.

O filme francês conta a história de Étienne (Andranic Manet) – um jovem que se muda para Paris e ingressa na faculdade de cinema (que dá nome ao longa). Ao longo dos semestres ele e os amigos vão compartilhar diversas experiências e ideias, mas precisarão enfrentar os desafios da amizade e do amor.

Étienne é um jovem comum, cheio de dúvidas e inseguranças. Um protagonista muito real, que a todo momento tem atitudes que fazem com que o público queira saber no que tudo isso vai resultar. E essa é a grande força do longa, que através de Étienne trata o individualismo e o isolamento que tanto prejudica o ser humano. Andranic Manet acerta na interpretação que dá ao seu personagem.

Mathias (Corentin Fila), Jean-Noël (Gonzague Van Bervesselès) e Annabelle (Sophie Verbeeck) funcionam como degraus para o desenvolvimento de Étienne. Mas isso não quer dizer que os personagens sejam somente isso, pelo contrário. Todos são fortes e os atores estão ótimos nos papéis. Principalmente Mathias, que ao mesmo tempo gera repulsa e emociona.

Jean-Paul Civeyrac faz uma ótima direção e ainda traz um bom roteiro. Dividido em 4 partes, o longa poderia ter uma duração menor – são 2h e 17min que não são completamente aproveitadas. E apesar de não prejudicar, o uso do fade-in e fade-out fica repetitivo e sem função em determinado momento.

Por ser em preto e brancoParis 8 ganha ares de cinema de arte. A trilha sonora embalada por Bach dá um belo tom dramático e melancólico. Parece um filme antigo com temas contemporâneos. E de certa forma ele é, pois não se enquadra nos que vemos nos dias de hoje. Por isso é difícil encontrá-lo nas salas de cinema.

Paris 8 traz reflexões sobre a vida, sobre o cinema e sobre as escolhas de cada um. Vale a pena conferir.

Crítica | Paris 8
Paris 8 é emocionante e intenso, questionando a função do cinema e as escolhas da vida. Abordando o drama e as dúvidas da juventude, Jean-Paul Civeyrac acerta em sua direção e roteiro. Vale a pena conferir.
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