Crítica | Rua do Medo: 1666 – Parte 3

Escrito por: Gabriel Santos

em 16 de julho de 2021

Para 2021, a Netflix prometeu adicionar ao seu catálogo um filme por semana, toda sexta-feira. Esse anúncio já era bom o suficiente para chamar atenção, mas a plataforma ainda decidiu inovar com a forma de lançamento de um de seus projetos. No mês de julho, assistiríamos a uma trilogia completa, com um novo filme chegando a cada semana. Depois do bom Rua do Medo: 1994 e do ótimo Rua do Medo: 1978, as expectativas aumentaram para a última parte da franquia, que recebeu o título Rua do Medo: 1666. Desta vez, descobriríamos a origem de Sarah Fier, além de resolver a maldição, mas a produção não consegue se sair bem em nenhuma das duas propostas.

Em 1666, somos levados para uma ambientação completamente diferente do que vimos até agora, sendo a chance da obra nos trazer algo ainda mais diferente do que foi mostrado até aqui. Curiosamente, é usado o recurso de trazer os atores dos dois primeiros longas para viver os personagens dessa época, mantendo uma certa familiaridade graças ao elenco. Não só isso, fica a sensação de que eles estão interpretando seus antepassados, que possuíam relacionamentos semelhantes.

Um dos problemas que vejo nesse segmento é o fato de que somos introduzidos de forma muito acelerada, como se já conhecêssemos aqueles personagens. Ao mesmo tempo, mesmo que metade do longa tenha sido dedicado à história de origem de Sarah Fier, mais tarde a mesma trama é resumida por uma das personagens de forma mais rápida e efetiva. Por outro lado, é muito eficiente como o filme resolve a lenda da bruxa de Shadesyde, ao mesmo tempo em que faz uma crítica social, deixando de optar pelo caminho que seria mais fácil e criando uma trama coesa e com twists inesperados.

Já na segunda metade do filme temos um tipo de “Rua do Medo: 1994 – Parte 2”, dedicado à continuação dos eventos em ordem cronológica. Aqui, voltamos ao clima da década de 90, com referências pontuais da época, incluindo músicas e videogames, apesar de que na maior parte do tempo nem parece que estamos naquele período. Entre os incômodos, estão personagens que tomam atitudes não muito inteligentes, planos questionáveis e uma tentativa de complicar demais um confronto simples.

Se os dois primeiros filmes conseguiram ser imersivos nos anos 1994 e 1978, respectivamente, o fim da trilogia não conta com a mesma dedicação em 1666. Há ideias criativas sobre a origem da maldição, mas com um início apressado e um final que se estende demais. E o mais importante, mesmo que tenha o nome Rua do Medo, o terror está sempre em segundo plano.

Crítica | Rua do Medo: 1666 – Parte 3
O último filme da franquia possui ideias criativas e foge do caminho mais fácil, mas peca pela condução da história, dando pouco destaque para o ano de 1666 e complicando uma resolução que deveria ser simples.
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