Crítica | Rua do Medo: 1994 – Parte 1

Escrito por: Gabriel Santos

em 04 de julho de 2021

Entre os projetos previstos para estrear em julho, um dos que mais me chamou atenção foi a trilogia Rua do Medo, da Netflix. Não exatamente pelo seu conteúdo, que tem como inspiração filmes de terror slasher, mas pela sua estratégia de lançamento. A cada semana chega na plataforma um filme novo da franquia, sendo que a história é contada de trás pra frente: a primeira ambientada em 1994, a segunda em 1978 e a terceira em 1666. É uma das coisas mais diferentes que já vi, e que só pode ser possível graças ao streaming. Baseado nos livros de R.L. StineRua do Medo: 1994 – Parte 1 acompanha um grupo de adolescentes que descobre o que está por trás de uma série de assassinatos na cidade de Shadyside.

Desde os minutos iniciais, a produção deixa claro que pretende homenagear filmes clássicos de terror, e as referências incluem Pânico, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, Halloween, Sexta-Feira 13 e outros. Por um lado, fica a sensação de que estamos assistindo apenas a um reaproveitamento de tudo que esses outros longas já fizeram, mas o trabalho aqui é bem executado. O incômodo fica para o excesso de clichês e para o abuso de jumpscares – principalmente falsos jumpscares. Ao mesmo tempo, vale elogiar as ideias criativas que aparecem no decorrer da trama, como a resolução do conflito.

Diferente do que acontece em outros filmes do gênero, aqui não vemos os protagonistas irem morrendo aos poucos sem nos importamos com eles. Há tempo suficiente para nos apegarmos aos personagens e torcermos para que fiquem vivos, como os carismáticos Josh (Benjamin Flores Jr.) e Kate (Julia Rehwald), além do casal protagonista Deena (Kiana Madeira) e Samantha (Olivia Scott Welch), que ainda são responsáveis por críticas sociais. Porém, isso não os impede de tomar decisões ruins ou egoístas.

Do lado dos vilões, não há muito espaço para desenvolvimento, servindo apenas para representar o perigo constante. Infelizmente, o filme deixa a desejar nas sequências mais sangrentas, tanto em qualidade quanto em quantidade. Além disso, apesar do nome da franquia ser Rua do Medo, não há nada de assustador aqui. O investimento principal fica para a dinâmica entre os jovens para resolver o problema, enquanto o restante está em segundo plano.

A primeira parte da trilogia demora um pouco para engajar, mas consegue entregar um resultado satisfatório, com destaque para os minutos finais. Como já era de se esperar, o longa termina com um grande gancho para sua continuação, que já chega na próxima sexta (9). Se antes a franquia tinha minha curiosidade, agora tem minha atenção.

Crítica | Rua do Medo: 1994 – Parte 1
Apesar dos clichês do gênero e excesso de jumpscares, a primeira parte possui uma trama intrigante o suficiente para continuar acompanhando a franquia.
3.5

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