Crítica | Space Jam: Um Novo Legado

Escrito por: Gabriel Santos

em 18 de julho de 2021

Em 1996, a Warner Bros marcou uma geração com Space Jam: O Jogo do Século. A ideia de colocar os Looney Tunes para jogar basquete com o astro Michael Jordan deu muito certo e o longa virou referência para projetos que misturam animação com live-action. Nos últimos anos surgiram rumores sobre uma sequência, desta vez estrelada por LeBron James, e agora finalmente podemos conferir o resultado. Infelizmente, apesar da proposta interessante, o que prometia ser Um Novo Legado, não faz jus ao filme original.

Na trama, a estrela dos Lakers precisa salvar seu filho vencendo um jogo de basquete ao lado de Pernalonga e companhia, só que as coisas já começam estranhas quando o grande vilão é um algoritmo da própria Warner: Al G. Rhythm. É curioso que o personagem de Don Cheadle possua um projeto chamado Warner 3000, que pretende colocar James em várias produções do estúdio, quando é exatamente a mesma coisa que Space Jam: Um Novo Legado faz.

Assim que o primeiro trailer foi divulgado, surgiram várias comparações com Jogador Nº 1, principalmente pela caça aos easter eggs que as duas obras propõem. O filme em si é recheado de homenagens e referências a praticamente todas as propriedades da Warner, incluindo grandes franquias como DC ComicsHarry Potter e Game of Thrones. E isso não está ligado apenas aos personagens, como também em cenas marcantes ou na trilha sonora. O grande problema aqui é que esses elementos não aparecem de forma secundária, mas sim prioritária. É como se Space Jam: Um Novo Legado fosse um projeto criado pelos executivos da Warner como propaganda descarada da própria empresa.

O longa melhora quando vamos para o segmento animado em 2D, seguindo o estilo dos desenhos clássicos dos Looney Tunes. Inclusive, até mesmo as referências são mais criativas, com destaque para o crossover entre Lola Bunny e Mulher-Maravilha. É uma pena que tudo é feito de forma apressada e os personagens voltam a ficar em segundo plano durante a maior parte da trama. Já o fator nostalgia é usado pontualmente, principalmente porque o roteiro está mais interessado em trazer um público novo, dando destaque para tecnologias modernas, jogos de videogame e redes sociais.

E por falar em roteiro, ele é uma verdadeira bagunça, com sequências desconexas, ideias recicladas e um final megalomaníaco. Mesmo limitado, Don Cheadle se esforça com o material que tem, mas não há muito o que fazer além de interagir com um fundo verde. Já LeBron James é carismático e segura bem o papel principal, mesmo não sendo um ator profissional.

Ser fã do Space Jam original ou dos Looney Tunes não é uma garantia de que vá gostar desse filme, pois a sequência está mais preocupada em fazer propaganda das propriedades da Warner do que contar uma história. O projeto se tornou mais uma vítima dos executivos do estúdio, deixando como legado uma lição para os próximos longas.

Crítica | Space Jam: Um Novo Legado
A sequência não faz jus ao legado de Space Jam, tendo sua história prejudicada por decisões de executivos.
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