Rio2C 2019 | Diretora de A Juíza conta desafios de produzir documentário sobre Ruth Bader Ginsburg

Escrito por: Gabriel Santos

em 18 de maio de 2019

Durante o painel Documentário Global, que aconteceu no último dia 26 no Rio2C 2019, a jornalista e documentarista Betsy West comentou sobre o processo de produção do longa A Juíza (RBG), que dirigiu e produziu ao lado de Julie Cohen. O filme, que conta com duas indicações ao Oscar 2019, aborda a vida de Ruth Bader Ginsburg, Associada da Suprema Corte dos Estados Unidos.

Betsy classifica a produção como um documentário jornalístico. Ela conta que decidiu fazer o filme para tornar a história de Ruth mais conhecida e responder perguntas que não poderia ignorar sobre ela:

“Ela era uma mulher extraordinária e teve um impacto profundo nas leis para a história das mulheres. Porém, sua história não era tão conhecida nos EUA. Ela fez comentários negativos sobre Donald Trump e isso explodiu na época. Nós tínhamos que perguntar sobre isso pra ela, não poderíamos ignorar como jornalistas”.

A diretora ainda contou sobre os desafios de produzir o filme, que levou três anos para ficar pronto. A ideia do documentário surgiu em 2015, mas a entrevista com Ruth só aconteceu em julho de 2017:

“O mais difícil era ter acesso a ela, porque ainda estava em exercício no Tribunal. Também não queríamos apenas filmá-la no trabalho, mas também com a família, na academia. Para trabalhar com documentário é preciso ser paciente e ter estratégia”.

Ela também contou que a diversidade era uma das preocupações do documentário e tiveram o esforço de formar uma equipe composta por mulheres. De acordo com Betsy, grande parte das posições-chave do longa foram ocupadas por mulheres e funcionou muito bem.

Outra preocupação que o filme teve foi com a seleção do que entraria e do que ficaria de fora. A diretora comentou sobre como essa escolha foi feita:

“O processo de fazer um documentário é uma seleção. Fizemos mais de 100 horas de arquivo e, obviamente, deixamos muita coisa de fora. Eu acho que você quer construir o documentário de forma que as pessoas se sintam em uma jornada. Se estou escondendo alguma coisa, é a parte mais chata, que vai deixar as coisas mais lentas ou tirar o foco. Minha parte favorita é guiar a editora por essa narrativa”.

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