Crítica | Os Jovens Titãs em Ação VS Os Jovens Titãs

Escrito por: Pedro Henrique Figueira

em 10 de novembro de 2019

DC, definitivamente, está se concentrando em investir na conexão de seus universos. Fora dos cinemas, isso acontece na maioria das mídias onde a editora está presente. O melhor exemplo disso são as próprias séries da CW, que chegam em seu quarto grande especial com a Crise nas Infinitas Terras. As animações também são bem ousadas, já que até o Scooby-Doo se encontrou com o Batman. No caso, Os Jovens Titãs em Ação vs Os Jovens Titãs, lançamento mais recente, decidiu unir as duas versões de um grupo de heróis em alta. A ideia resulta em uma adição divertida ao catálogo, e isso já é o bastante.

Diferente de Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas, este longa animado foi lançado diretamente em mídias físicas e plataformas digitais. Aqui, o excêntrico Senhor dos Jogos quer definir qual versão dos Titãs é a mais poderosa. Assim, ele sequestra e ameaça ambos os grupos, fazendo-os lutarem entre si. A premissa, em si, é uma grande (e ótima) desculpa para reunir os personagens, já que a trama completa segue pela autoparódia, como fez o projeto anterior. E essa nova animação acerta precisamente no ponto chave: rindo de si mesmo.

Assistindo ao longa, percebe-se que a equipe por trás, principalmente os roteiristas, possui plena consciência do que está fazendo. Ao utilizarem referências e conceitos de outros filmes, a proposta soa, mais uma vez, como uma ironia aos blockbusters de super-heróis. Temos, então, claras “cutucadas” na Marvel Studios (como uma arena de batalha similiar a de Thor: Ragnarok (2017) e uma sequência “à la” Vingadores: Ultimato (2019). Tudo sempre em um tom cômico, tanto que frequentemente vemos os Titãs se zoando entre si, comparando as alturas e chamando uns aos outros de bebês e altões. Para quem não sabe, existem fãs que simplesmente não aceitam a animação atual. Então, o projeto aproveita isso para desenvolver piadas, colocando até um engraçado hater.

A batalha dos grupos resulta em vários momentos ótimos, por meio de uma sequência que lembra a dinâmica de quando os jogadores escolhem os mesmos personagens para se enfrentarem. As Ravenas proporcionam a melhor interação, justamente pelas possibilidades dos resultados de seus poderes, além de serem o foco central do enredo. Comentando sobre a paródia, ela também faz a trama andar, mostrando que tudo tem sua utilidade. Claro que isso não é sinônimo de qualidade (o filme dos cinemas pecou pela falta de criatividade), entretanto, a diversão é garantida.

O que realmente incomoda são as subtramas já utilizadas em ambas as franquias, caindo nesse erro da repetição. Trigon, o pai da Ravena, reaparece, e a filha possui os mesmos problemas. Como ela é o principal catalisador para as ações dos personagens, o enredo soa prejudicado, sobretudo pelo encerramento ser idêntico a um episódio de Os Jovens Titãs. Ainda tem a questão do Robin, pois novamente seu egocentrismo é pontuado, só que nada se resolve. O longa animado fica, então, nessa problemática de roteiro, acertando na essência cômica e paródica de uma história pouco inédita.

“Ganhar tempo de exibição”, frase dita pelo Ciborgue, talvez seja o que define muito de Os Jovens Titãs em Ação vs Os Jovens Titãs. Apesar dos problemas e falta de inovação, o épico crossover diverte e traz enormes surpresas, tanto para os fãs da DC, quanto para os amantes dos quadrinhos em geral. Abrace ambos os universos, pois assim aproveitará muito mais.

Crítica | Os Jovens Titãs em Ação VS Os Jovens Titãs
Um épico crossover que aproveita as infinitas possibilidades e diverte com as interações dos personagens. A equipe do longa tem plena consciência da proposta, fazendo uma grande paródia dos blockbusters de super-heróis. Entretanto, a ideia geral poderia ter sido mais inédita, evitando uma repetição de subtramas já utilizadas na franquia.
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